João Pessoa, 10 de março de 2010 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
No dicionário, o termo "família" significa grupo social fundamental na sociedade, constituído basicamente de um homem e uma mulher e seus descendentes, pessoas de ancestrais comuns ou grupo de indivíduos de caracteres comuns.
Na Paraíba, a classe política leva muito a sério a unidade contida na essência do substantivo em questão. Os nossos políticos quando ensaiam seus projetos e estratégias não esquecem os "mais chegados". Geralmente filhos, sobrinhos, mulher e irmãos sempre são lembrados.
Já virou regra de sobrevivência. Uma prática absorvida por praticamente todos os segmentos importantes da vida pública paraibana.
Pegando carona no comentário do polêmico confrade e radialista Jacy Mendonça, da 100.5 FM, em 2006, o clâ Cunha Lima pediu aos paraibanos votos para Cássio, Ronaldo, Arthur e Romero Rodrigues. A inflação de nomes não impediu que o quarteto fosse eleito cada qual para seu posto.
Na mesma eleição, Maranhão disputou o Governo, tendo os sobrinhos Olenka e Benjamim na disputa, sendo que o último desistiu em plena campanha para não atrapalhar o tio.
Efraim Morais quando percebeu que não poderia perder os espaços de deputado federal, lançou um rapaz não apenas com nome idêntico ao padrinho, mas com DNA testado e aprovado de filho.
Veneziano Vital do Rêgo vive o martírio da indefinição sobre seu futuro político. Enquanto nada é revelado na bola de cristal, já se fala na mãe, Dona Nilda, como provável candidata a deputada federal e até a discreta primeira-dama Ana Cláudia é mencionada. Sem contar com Vitalzinho que já é diplomado no ofício político.
Outro exemplo clássico vem de Sousa. Para ser votado pela família Gadelha na disputa pela Prefeitura da cidade sorriso, o cidadão e candidato precisa ter uma qualidade primordial: ter o sobrenome idêntico no RG. Marcondes, Leonardo, Salomão, André…
Até Ricardo Coutinho quase foi picado pelo mosquito “aedestudoemcasa” quando cogitou lançar o irmão, Coriolano, para a Câmara Federal.
Recentemente, dois políticos projetam alçar novos vôos. Wellington Roberto e Wilson Santiago. Para não jogar o espólio eleitoral fora, pretendem repassar todo o patrimônio político a… Imaginem quem? Aos filhos Caio e Wilson Júnior, respectivamente.
Na Paraíba, público e privado se confundem. Política e interesses familiares se completam.
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